O CENTRO SOCIAL PAROQUIAL DE SÃO JOÃO BATISTA localiza-se em São João da Ribeira, concelho de Rio Maior, distrito de Santarém, que tem como orago São João Batista, sendo que anteriormente denominava-se São João Batista da Ribeira.

cspsjb3Tem 12,3 km2 e está situada a 10 km de Rio Maior, num vale à beira do Rio Maior, no prolongamento do Vale de Santarém, entre os Montes de S. Gens, também conhecido pelo Cabeço de S. Gens, as Cabeças, Outeiro da Ladeira e o Outeiro da Cabeça Gorda, mais conhecido por Cabeço do Quebra Dente, numa zona intensamente arborizada, com predominância da oliveira, caracterizada pela divisão da propriedade em regime de minifúndio, o que equivale a dizer, que, em regra, cada agregado familiar é proprietário de uma pequena parcela de terra onde cultiva os produtos agrícolas necessários à sua alimentação, garantindo-se, deste modo, a subsistência familiar.

A freguesia, tem mais de mil habitantes, é a mais antiga do concelho, já existindo com esse estatuto em 1111, por alturas da Reconquista Cristã, como comprovam a sua Torre Mourisca e o Castro do Monte de S. Gens.

Chegou a ser sede do concelho, segundo documento datado de 03 de Janeiro de 1847, tendo pertencido anteriormente ao concelho de Santarém. São João da Ribeira era o centro mais populoso da província Sarracena de Belatha, aduar mourisco, com o seu centro no Monte de S. Gens onde segundo a lenda existem enterrados grandes tesouros.

A chamada Torre Mourisca, de base circular e ameada ao alto, que se ergue em São João da Ribeira, constituiu uma vigia ou atalaia de reconhecimento para impedir o avanço das tropas cristãs em direção ao sul.

Como Santarém esteve em poder dos Mouros entre 1110 e 1147, admite-se que a edificação, hoje muito adulterada pelo tempo, tivesse surgido nessa época sendo um ponto de passagem entre a linha do Tejo e a região de Óbidos.

A sua igreja paroquial, de nave única coberta de madeira, duas capelas e oito altares simples de encosto, além da capela-mor abobadada, que foi anteriormente uma mesquita árabe, da qual subsiste apenas a Torre Mourisca, pode ter datado do séc. XVIII e posteriores. O frontal do Altar-mor é revestido com um painel de azulejos mudéjares do século XVI com pinturas sobrepostas a imitar uma franja de toalha. Foi vigaria da aposentação do convento dos Lóios de Santarém passando depois a reitoria. Junto da Igreja encontra-se um cruzeiro, que segundo se afirma, cobre uma sepultura, e também um fontanário com três painéis de azulejos que retratam aspetos fulcrais da localidade. Um faz referência à Quinta do Seabra, outro a uma fonte que existiu em tempos no largo da igreja e um último que nos conta uma lenda segundo a qual no cabeço de S. Gens estão enterrados dois potes, um com ouro e outro com peste. Quem os abrir tanto pode ficar rico como morrer.

A sua população dedicou-se principalmente à agricultura (trigos, milho, cevada, azeite e vinho), à pastorícia de cabras com uma mini indústria de queijos. O rio chamado Rio Maior, que em tempos se chamou Rio de São João, foi navegável para embarcações pequenas. Possuía quatro pontes de pau onde existiam azenhas ou moinhos de água onde se moíam os cereais produzidos.

Também foi em São João da Ribeira, na Quinta chamada do Seabra, que José Seabra da Silva, Ministro Ajudante do Marquês de Pombal, esteve desterrado desde 1800 a 1804, vítima de intrigas palacianas.

Atualmente as atividades económicas mais importantes são a produção vinícola, de azeite, cereais e legumes, a que se juntam algumas pecuárias e uma grande indústria de transformação de tomate.

As festas de São João da Ribeira, que se realizam a 24 de Junho, na sede da freguesia, e a que se realiza a 08 de Setembro, a “Romaria da Senhora da Escusa”, são as mais importantes.

Junto à igreja encontra-se o cemitério, como era tradição em tempos remotos, onde se pode visitar a sepultura do consagrado poeta e ensaísta Ruy Belo, Licenciado em Filologia Românica e em Direito pela Universidade de Lisboa, obteve o grau de doutor em Direito Canónico pela Universidade Gregoriana de Roma, com uma tese intitulada «Ficção Literária e Censura Eclesiástica». Natural de São João da Ribeira, nasceu nesta localidade a 27 de Fevereiro de 1933 e faleceu em Lisboa a 08 de Agosto de 1978.

A freguesia de São João da Ribeira possui um Museu Rural e Etnográfico, pertença do Grupo de Danças e Cantares de S. João da Ribeira. A história do Museu inicia-se em 1993, quando o Grupo procedeu à recolha de roupas, alfaias e utensílios de labor rural e doméstico, com a finalidade de preservar e expor à observação e estudo os objetos do nosso património rural, tendo sido inaugurado a 22 de Junho de 1996.

O edifício que hoje podemos visitar era um antigo lagar de vinho construído pelo bisavô da Sr.ª D. Nazaré Varela (no século XIX), com uma área total de 430 m2, que foi objeto de cuidado restauro subsidiado a nível oficial pela APRODER – Associação para a Promoção do Desenvolvimento Rural do Ribatejo, no âmbito da iniciativa comunitária LEADER e particular pela população da freguesia de S. João da Ribeira e metade do custo da obra pelo Grupo.